terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mulheres eleitas representantes da Sociedade Civil


A eleição das novas Conselheiras da Condição Feminina aconteceu em 07.12.2009, com grande participação do público feminino. Nós mulheres apoiamos e elegemos nossas representantes. Foi um show de participação política e de democracia. Mulheres, todas estão de PARABÉNS. As mulheres eleitas, as quais comporão o CMCF juntamente com as mulheres indicadas pelo Poder Executivo e por outros Conselhos, são:

Titulares:

1ª Genilde Josino Spina (72 votos)
2ª Cintia Neli da Silva Inácio (59 votos)
3ª Eliana Pereira do Nascimento (56 votos)
4ª Maria Inês Costa de Oliveira (54 votos)
5ª Roseli Maria de Abreu Lima (51 votos)
6ª Tânia Cristina G. S. Valentim (50 votos)
7ª Sheila Regina Nunes (43 votos)
8ª Neuza Silva dos Santos (42 votos)
9ª Elizabeth Pereira de Faria (34 votos)
10ªDenise do Amaral (30 votos)
11ªMaria Apª Barbosa de Oliveira (27 votos)

Suplentes:

1ª Nair Teixeira de Araújo (25 votos)
2ª Rute Hernandes R. R. da Silva (23 votos)
3ª Adelaide Dória dos Santos (20 votos)
4ª Maria Zeneide Nunes (19 votos)
5ª Dalva de Araújo Nascimento (18 votos)
6ª Franscisca Irismar dos Santos (17 votos)
7ª Ana Helena Brbosa Lopes (16 votos)
8ª Elaine Cristina Vidal (16 votos)
9ª Lidynalva Oliveira dos Santos (16 votos)
10ªAurinete dos Santos D. Pereira (15 votos)
11ªSilvia Carla Freitas Barreto (15 votos)
12ªInês Dantas de Souza (14 votos)
13ªMaria das Graças de Souza (12 votos)
14ªNely Ferreira dos Santos (10 votos)

Obs: Pela legislação que trata da matéria, seriam oito cadeiras titulares para mulheres da sociedade civil e oito suplencias, no entanto, as cadeiras reservadas para indicações de outros conselhos municipais e respectivas suplencias não foram preechidas. Assim, conforme o regimento da V Conferência, e visando garantir maior participaçao da mulher cubatense no CMCF, todas as cadeiras vagas foram ocupadas pelas mulheres mais votadas, independente de suas representações.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Eleição de Conselheiras gestão 2010/2012

Estes são os nomes das mulheres que se inscreveram como candidatas para ocupar uma das 15 vagas de titular e 15 vagas de suplentes à Conselheira Municipal da Condição Feminina de Cubatão:
  1. Adelaide Dória de Matos;
  2. Adesimar de Lima Santos;
  3. Ana Helena Barbosa Lopes;
  4. Aurinete dos Santos Dionísio Pereira;
  5. Carla Rodrigues;
  6. Celia Regina Souza do Rosário;
  7. Cintia Neli da Silva Inácio;
  8. Clicia Pita;
  9. Dalva de Araújo Nascimento;
  10. Denise do Amaral;
  11. Edinalva Campos de Oliveira Lopes;
  12. Edna Maria dos Santos;
  13. Elaine Cristina Vidal;
  14. Eliana Pereira do Nascimento;
  15. Elizabeth Pereira de Faria;
  16. Franscisca Irismar dos Santos;
  17. Franscisca Maria Pereira Lima;
  18. Genilde Josino Spina;
  19. Graça Maria Costa da Silva;
  20. Inês Dantas de Souza;
  21. Izildinha Cabral Ferreira;
  22. Lidynalva Oliveira dos Santos;
  23. Maria Aparecida Barbosa de Oliveira;
  24. Maria Aparecida dos Santos Scabello;
  25. Maria Gênova Silva Soares;
  26. Maria das Graças de Souza;
  27. Maria Helena Diegues;
  28. Maria Inês Costa de Oliveira;
  29. Maria Marli de Andrade Batista;
  30. Maria Zeneide Nunes;
  31. Mariza Aparecida Batista;
  32. Marly Vicente da Silva;
  33. Maura Cerqueria Marques;
  34. Nadir Alvarenga Campos Almeida;
  35. Nadir Teixeira de Araújo;
  36. Nely Ferreira Santos;
  37. Neuza Silva dos Santos;
  38. Roseli Maria de Abreu Lima;
  39. Rute Hernandes Rosa Ramos da Silva;
  40. Sheila Regina Nunes;
  41. Silvia Carla Freitas Barreto; e
  42. Tânia Cristina Gomes da Silva Valentim.

Eleição de Conselheiras gestão 2010/2012

Mulheres Cubatenses
Vamos votar nas nossas novas representantes do Conselho Municipal da Condição Feminina de Cubatão. A eleição acontecerá dia 07 de dezembro de 2009, às 17:30 horas. A eleição é aberta ao público, mas apenas as mulheres presentes poderão votar em suas representantes. Vamos participar e tomar os espaços de poder que são nossos por direito.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Saúde da Mulher


Parábens para as mulheres que compareceram à Conferência da Saúde da Mulher, dia 18/11/2009. Foi um grande sucesso, a discussão foi muito boa, as mulheres realmente participaram dando suas propostas, as quais foram encaminhadas ao Secretário de Saúde, e estão elencadas logo abaixo.

EIXO 1: Gravidez na Adolescência: Prevenção da Gravidez na Adolescência através de educação para a sexualidade; Educação para meninos e meninas com professores capacitados em sexualidades; Juntar as Secretarias de Educação e de Saúde para ações que visem a prevenção da gravidez na adolescência; Capacitar agentes de saúde em sexualidades; Facilitar a entregar de anticoncepcionais e preservativos por parte dos agentes de saúde para a população;

EIXO 2: Drogas: Organizar grandes grupos de ongs, igrejas, sindicatos para tratar do problema das drogas;

EIXO 3: Idosos e Idosas: Espaços físicos para o acolhimento de pessoas idosas durante o dia; Treinamento profissional de cuidadores de pessoas idosas; Realizar e divulgar programas específicos em atenção à mulher em menopausa;

EIXO 4: Violência contra as mulheres: Cuidados especiais na abordagem com as mulheres vitimas de violência; Cursos de defesa pessoal para as mulheres; Atenção à saúde emocional das mulheres visando evitar as doenças psicossomáticas;

EIXO 5: Divulgação: Maior divulgação dos serviços públicos em atenção às mulheres; Maior divulgação da importância do CAISM e dos serviços nele existentes;

EIXO 6: Etnias: Cuidados especiais com a saúde das mulheres negras, visando atendimento diferenciado no tocante às doenças específicas, como por exemplo: a anemia falciforme;

EIXO 7: Maternidade: Analgesia de parto (parto sem dorna rede pública municipal); Programas mais intensos no que se refere à diminuição da morte materna, acompanhando a gestante, principalmente a adolescente gestante, desde o pré natal até seu filho completar 01 (Um) ano de vida; Programas de acompanhamento e de educação para as mães que desejam amamentar;

EIXO 8: Diversos: Maior divulgação dos serviços públicos em atenção às mulheres; Maior divulgação da importância do CAISM e dos serviços nele existentes; Promover programas sobre a saúde do homem como forma de prevenir DST AIDS entre as mulheres;


quarta-feira, 11 de novembro de 2009


Atenção Mulheres de Cubatão
Pré Conferência da Saúde da Mulher
Dia 18/11/2009, às 17:30 horas, Quarta-feira,
no Anfiteatro da Câmara Municipal de Cubatão

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres diz que intolerância em universidade paulista fere princípios constitucionais



Ministra Nilcéa Freire encaminhou oficio a autoridades ligadas ao caso solicitando informações, apuração e punição dos responsáveis “Justificar qualquer crime ou mesmo discriminação contra a mulher só faz propagar a cultura sexista de gênero, pois afasta a culpa dos agressores, transmitindo-a a fatores secundários como o uso inadequado de roupas, comportamento provocativo ou ainda à conduta da mulher”. Este foi o alerta dado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), em ofício enviado pela ministra Nilcéa Freire, nesta terça-feira (3/11), a órgãos e entidades que possuem interface com o caso que chocou o país, no qual uma estudante universitária teria sido discriminada pelos colegas por causa da roupa que usou no dia 22 de outubro para assistir às aulas. De acordo com a imprensa, a aluna teria sido perseguida, xingada, tocada, fotografada, ameaçada de estupro e cuspida por usar um vestido curto cor de rosa. A solicitação de esclarecimentos, providências, punição e acompanhamento das denúncias foi enviada ao reitor da Universidade Bandeirante de São Paulo, ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo, ao ministro da Educação e à presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo. Para a Secretaria, o ocorrido fere os princípios constitucionais e as convenções internacionais ratificadas pelo Brasil, tais como a Convenção pela Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher – CEDAW e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. O objetivo da SPM de criar políticas públicas que promovam o enfrentamento a toda e qualquer forma de violência contra as mulheres justifica o envio do documento que cobra, ainda, das instituições de ensino no país, a devida seriedade na busca pela desvinculação, nesses espaços, do papel da mulher de um mero objeto de desejo sexual.

Simone de Beauvoir

SIMONE BEAUVOIR
Ao escrever O Segundo Sexo tomei consciência, pela primeira vez, de que eu mesma estava levando uma vida falsa, ou melhor, estava me beneficiando dessa sociedade patriarcal sem ao menos perceber. Acontece que bem cedo em minha vida aceitei os valores masculinos e vivia de acordo com eles. É claro, fui muito bem-sucedida e isso reforçou em mim a crença de que homens e mulheres poderiam ser iguais se as mulheres quisessem essa igualdade. Em outros termos, eu era uma intelectual. Tive a sorte de pertencer a uma família burguesa, que, além de financiar meus estudos nas melhores escolas, também permitiu que eu brincasse com as idéias. Por causa disso, consegui entrar no mundo dos homens sem muita dificuldade. Mostrei que poderia discutir filosofia, arte, literatura, etc., no “nível dos homens”. Eu guardava tudo o que fosse próprio da condição feminina para mim. Fui, então, motivada por meu sucesso a continuar, e, ao fazê-lo, vi que poderia me sustentar financeiramente assim como qualquer intelectual do sexo masculino, e que eu era levada a sério assim como qualquer um de meus colegas do sexo masculino. Sendo quem eu era, descobri que poderia viajar sozinha se quisesse, sentar nos cafés e escrever, e ser respeitada como qualquer escritor do sexo masculino, e assim por diante. Cada etapa fortalecia meu senso de independência e igualdade. Portanto, tornou-se muito fácil para mim esquecer que uma secretária nunca poderia gozar destes mesmos privilégios. Ela não poderia sentar-se num café e ler um livro sem ser molestada. Raramente ela seria convidada para festas por seus “dotes intelectuais”. Ela não poderia pegar um empréstimo ou comprar uma propriedade. Eu sim. E pior ainda, eu costumava desprezar o tipo de mulher que se sentia incapaz, financeiramente ou espiritualmente, de mostrar sua independência dos homens. De fato, eu pensava, sem dizê-lo a mim mesma, “se eu posso, elas também podem”. Ao pesquisar e escrever O Segundo Sexo foi que percebi que meus privilégios resultavam de eu ter abdicado, em alguns aspectos cruciais pelo menos, à minha condição feminina. Se colocarmos o que estou dizendo em termos de classe econômica, você entenderá facilmente. Eu tinha me tornado uma colaboracionista de classe. Bem, eu era mais ou menos o equivalente em termos da luta de sexos. Através de O Segundo Sexo tomei consciência da necessidade da luta. Compreendi que a grande maioria das mulheres simplesmente não tinha as escolhas que eu havia tido; que as mulheres são, de fato, definidas e tratadas como um segundo sexo por uma sociedade patriarcal, cuja estrutura entraria em colapso se esses valores fossem genuinamente destruídos. Mas assim como para os povos dominados econômica e politicamente, o desenvolvimento da revolução é muito difícil e muito lento. Primeiro, as mulheres têm que tomar consciência da dominação. Depois, elas têm de acreditar na própria capacidade de mudar a situação. Aquelas que se beneficiam de sua “colaboração” têm que compreender a natureza de sua traição. E, finalmente, aquelas que têm mais a perder por tomar posição, isto é, mulheres que, como eu, buscaram uma situação confortável ou uma carreira bem-sucedida, têm que estar dispostas a arriscar sua situação de segurança — mesmo que seja apenas se expondo ao ridículo — para alcançar respeito próprio. E elas têm que entender que suas irmãs que são mais exploradas serão as últimas a se juntarem a elas. Uma esposa de operário, por exemplo, é menos livre para se juntar ao movimento. Ela sabe que seu marido é mais explorado do que a maioria das líderes feministas e que ele depende de seu papel de mãe/dona-de-casa para sobreviver. De qualquer forma, por todas essas razões, as mulheres não se mobilizaram. Ah sim, houve alguns pequenos movimentos bem interessantes, bem inteligentes, que lutaram por promoções políticas, pela participação das mulheres na política, no governo. Eu não me refiro a esses grupos. Então veio 1968 e tudo mudou. Sei que alguns eventos importantes aconteceram antes disso. O livro de Betty Friedan, por exemplo, foi publicado antes de 1968. Na verdade, as mulheres norte-americanas já estavam se mobilizando nessa época. Elas, mais do que ninguém, e por razões óbvias, estavam cientes das contradições entre as novas tecnologias e o papel conservador de manter as mulheres na cozinha. Com o desenvolvimento da tecnologia — tecnologia como poder do cérebro e não dos músculos — a lógica masculina de que as mulheres são o sexo frágil e, por isso, devem representar um papel secundário não pôde mais ser sustentada. Como as inovações tecnológicas eram muito difundidas nos Estados Unidos, as mulheres norte-americanas não escaparam às contradições. Foi, portanto, natural que o movimento feminista tivesse seu maior ímpeto no coração do capitalismo imperial, ainda que esse ímpeto tenha sido estritamente econômico, isto é, a reivindicação por salários iguais, trabalhos iguais. Mas foi dentro do movimento anti-imperialista que a verdadeira consciência feminista se desenvolveu. Tanto no movimento contra a Guerra do Vietnã nos EUA quanto logo depois da rebelião de 1968 na França e em outros países europeus, as mulheres começaram a sentir seu poder. Ao compreender que o capitalismo leva necessariamente à dominação dos povos pobres em todo o mundo, milhares de mulheres começaram a aderir à luta de classes — mesmo quando não aceitavam o termo “luta de classes”. Elas se tornaram ativistas. Elas aderiram às marchas, às demonstrações, às campanhas, aos grupos clandestinos, à militância de esquerda. Elas lutavam, tanto quanto qualquer homem, por um futuro sem explorações, sem alienações. Mas o que aconteceu? Nos grupos ou organizações a que aderiram, elas descobriram que, assim como na sociedade que tentavam combater, também eram tratadas como o segundo sexo. Aqui na França, e eu me arrisco a dizer também nos EUA, elas perceberam que os líderes eram sempre os homens. As mulheres se tornavam datilógrafas e serviam café nesses grupos pseudo-revolucionários. Bom, eu não deveria dizer pseudo. Muitos dos participantes desses movimentos eram revolucionários genuínos. Mas tendo sido treinados, educados e moldados em uma sociedade patriarcal, estes revolucionários trouxeram esses valores para o movimento. Compreensivelmente, estes homens não iriam abrir mão desses valores voluntariamente, assim como a classe burguesa não abrirá mão de seu poder voluntariamente. Dessa forma, assim como cabe ao pobre tomar o poder do rico, também cabe às mulheres tirar o poder dos homens. E isso não quer dizer que, por outro lado, elas devam dominar os homens. Significa estabelecer igualdade. Assim como o socialismo, o verdadeiro socialismo, estabelece igualdade econômica entre todos os povos, o movimento feminista aprendeu que ele teria que estabelecer igualdade entre os sexos tirando o poder da classe que liderava o movimento, isto é, dos homens. Colocando em outros termos: uma vez dentro da luta de classes, as mulheres perceberam que a luta de classes não eliminava a luta de sexos. Foi nesse ponto que eu mesma tomei consciência do que acabei de dizer. Antes disso, estava convencida de que a igualdade entre homens e mulheres só era possível com a destruição do capitalismo e, portanto — e é esse “portanto” que é uma falácia — nós temos que lutar primeiro a luta de classes. É verdade que a igualdade entre homens e mulheres é impossível no capitalismo. Se todas as mulheres trabalharem tanto quanto os homens, o que acontecerá com essas instituições das quais o capitalismo depende, instituições como igreja, casamento, exército, e os milhões de fábricas, lojas, etc. que dependem de trabalho de meio-expediente e mão-de-obra barata? Mas não é verdade que a revolução socialista estabelece necessariamente a igualdade entre homens e mulheres. Dê uma olhada na União Soviética ou na Tchecoslováquia, onde (mesmo se nós estivermos dispostos a chamar esses países de “socialistas”, e eu não estou) há uma confusão profunda entre emancipação do proletariado e emancipação da mulher. De alguma forma, o proletariado sempre termina sendo constituído de homens. Os valores patriarcais permaneceram intactos, tanto lá quando aqui. E isso — essa consciência entre as mulheres de que a luta de classes não engloba a luta de sexos — é que é novo. A maioria das mulheres sabe disso agora. Essa é a maior conquista do movimento feminista. É a que vai alterar a história nos próximos anos.
SIMONE BEAUVOIR
entrevistada por John Gerassi em 1976
http://www.lang.soton.ac.uk/students/french/FrenchThought/beauvoir/gerassi.htm